Muita gente deveria ler este manual...
"Jornalistas que cobrem Polícia cometem muitos erros, falam muita besteira". Foi o que observou o jornalista Marco Antônio Zanfra nos principais jornais de Santa Catarina. Informações como "menor de idade indiciado em inquérito" e "a casa foi assaltada" deixaram Zanfra de cabelo em pé. Para tentar evitar mais erros como estes, ele decidiu escrever o "Manual do Repórter de Polícia". Embora tenha batido de porta em porta de várias editoras sem obter uma resposta positiva quanto à publicação do livro, o jornalista decidiu disponibilizá-lo na Internet.
Zanfra afirma que algumas redações dão pouquíssima importância às editorias policiais, que são subestimadas e relegadas a segundo plano. Por causa disso, segundo ele, a precisão da notícia não é devidamente questionada. "Acham que o leitor de Polícia não é exigente e por isso cometem vários equívocos", comenta.
Na apresentação do livro, Zanfra diz que a obra de referência para quem escreve sobre crimes é o Código Penal, e que este nunca poderia ser a única fonte de pesquisa, já que "a reportagem policial não se resume a artigos e penas, mas envolve um extenso cenário que, a bem da riqueza, credibilidade e exatidão das informações, merece ser levado em consideração".
Não saber a diferença entre rapto e seqüestro, por exemplo, segundo o jornalista, mas mesmo assim publicar como se as duas coisas tivessem um mesmo significado é um absurdo. "Sempre tive a preocupação de distingüir e procurar saber qual era o real significado da palavra. Não vejo esse cuidado entre alguns jornalistas".
A obra foi baseada em transcrições de leis, conversas com especialistas e resumos de obras paralelas. Zanfra levou três meses para reunir todas as informações.
Além de enumerar os crimes, o "Manual do Repórter de Polícia" traz verbetes, conceitos jurídicos, penas, dicas de redação, tipos de armas, transcrições de códigos e leis diretamente relacionados ao exercício da profissão, como o Código de Ética e a Lei de Imprensa.
Com 26 anos de profissão, 13 deles dedicados ao jornalismo policial, Zanfra é um apaixonado por reportagens de Polícia. "É a coisa mais rica que existe para um jornalista, escrever sobre personagens que não são falsos, seja a vítima ou o criminoso".
Leia aqui o Manual do Repórter de Polícia
