Minha relação familiar não é das melhores. Talvez por isso faça tanta questão de estar longe sempre que posso. Minha mãe diz que eu fujo dos problemas, que evito me estressar...não nego. Gosto de rir, sair com meus amigos, dançar...isso é pecado? Acho que sim. Bom, meu dia não foi muito legal e ando super ansiosa com umas coisas aí...Pelo menos uma coisa eu acredito: depois de uma tempestade sempre vem a bonança....Tô esperando.

Não sei por que nós seres humanos gostamos de complicar as coisas. Nós enganamos, quando a verdade era tão mais fácil...nós lutamos contra o amor, quando o o amor é a coisa mais importante das nossas vidas...nós desconfiamos, quando confiar seria importante. A vida é sempre um jogo de "sim querendo dizer não e não querendo dizer sim". Mas eu não consigo me acostumar com isso... não sei jogar com os sentimentos e acho que nunca saberei.

Ela morreu. Não deixou endereço, telefone, nem documentos. Vestia apenas um casaco verde, surrado, lembrança dos tempos áureos...Procurei nos seus bolsos algo que me pudesse dizer mais...encontrei apenas embrulhos de uns doces que algum dia em sua vida se lambuzou. Os papéis eram todos vermelhos, acho que ela gostava muito de morango...Ela morreu e a única coisa que consigo lembrar agora é do seu nome: Esperança.

Se eu pudesse ter um super poder não escolheria a visão de raio lazer do super-homem, o cinto mágico da mulher-maravilha ou as garras afiadas do Wolverine. Gostaria de ter o super poder do conhecimento. Leria livros com uma velocidade assustadora, conheceria a mecânica, a eletrônica... Conheceria todas as línguas do mundo, falaria japonês, mandarim, polonês, hebraico... entre tantas outras. Acho que a vida seria bem mais fácil. Passei horas pensando nesta possibilidade ontem, enquanto contemplava os milhares de livros da Livraria Cultura com uma sensação completa de inutilidade.