Felicidade. Cada vez tenho mais certeza que esta palavrinha tão almejada por todos é apenas sentida de relance como brisa do mar, punhadinho de areia nas mãos e banho de chuva. Mas, o fato é que hoje eu estou feliz, muito feliz. E já não quero saber se tudo não passou de um sonho... E, se tiver alguém do meu lado, por favor, não me belisque !!!

Fechei a porta. E as janelas também...
Tomei cuidado
Vedei todas as frestas
Só para ter a certeza de que ele não vai entrar.
Cansei.
A dor
A dor mece

Era uma tarde cinzenta, tudo parecia ameno: nas ruas poucas pessoas, o trânsito parecia livre e os sinais de trânsito seguiam em sitonia - verde, amarelo, vermelho. Resolvi, então, caminhar meio que sem rumo, meio que sem pressa...
Vislumbrar paisagens no meio da nossa selva de concreto sempre foi um dos meus passatempos preferidos. Segui andando alguns quilômetros, não levava nada nas mãos, mas parecia carregar mais de uma tonelada. E num desses impulssos me vi numa sorveteria pedindo os meus sabores favoritos:
- Quero um casquinho com uma bola de delícia de abacaxi e outra de creme com passas...
De uma hora para outra, percebi quer nada era como antes: havia sol, muitas pessoas circulando e estava leve, muito leve. Então entendi: aquele era o sorvete mais saboroso da minha vida. Eu já não tinha mais problemas - todos acabaram naquele momento de apreciação. Eu não tinha mais dúvidas - todos os caminhos me levavam a um mesmo lugar, um lugar feliz. Andei algumas quadras contemplando aquele saboroso pedaço do céu transformado em sorvete.
O sorvete acabou...ainda pensei em voltar aquela sorveteria para comprar mais, mas não voltei: sabia que aquele momento era único... e que nada teria aquele sabor...
Sabe, às vezes sinto minha boca salivando...desejando aquele sorvete.