terça-feira, dezembro 21, 2004

A cidade já está iluminada, as lojas lotadas e os cartões de crédito estourados. Já é Natal e um novo ano se aproxima. E não sei por que eu estou tão melancólica e tão sensível nesses dias. Talvez, seja pelo fato de que tudo está incompleto na minha vida: sou uma quase jornalista, quase apaixonada, quase feliz. Mas o quase já é muito, não é? Não seria o bastante? Nada é o bastante.

Todos os anos me pego prometendo e planejando o que fazer para ser mais feliz e deixar as pessoas que estão meu lado mais felizes...Meu Deus, quanta bobagem!!! Nada se cumpre e a vida parece "quase sempre" seguir um rumo involuntário.

terça-feira, dezembro 14, 2004

Outro dia estava num elevador panorâmico de um dos shoppings da cidade e ouvi a seguinte frase:

- Mãe os anjos estão subindo, disse uma menina que estava ao meu lado.
- Não são os anjos que estão subindo, minha filha, somos nós que estamos descendo, retrucou a mãe da menina, num misto de crueldade e impaciência.

Os anjos da menina, na verdade, não eram anjos, eram apenas enfeites de Natal colocados pelo estabelecimento comercial com o objetivo de induzir os seus clientes a entrar no ?clima natalino? de consumir, consumir, consumir... Mas a menina não parecia entender bem dessas técnicas modernas de persuasão. Ela apenas via maravilhada os anjos enormes...

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Esta semana eu literalmente quase morri. O motivo? Bem, eu e uma amiga minha estávamos indo para uma reunião de trabalho no carro dela, quando de repente uma das rodas traseiras de outro veículo que estava próximo voou a mais ou menos 100 km e passou por cima de nossas cabeças para parar poucos metros depois, após ter amassado uma placa de trânsito e um carro. Agora imaginem o que poderia ter acontecido se tivéssemos parado o carro um pouco depois....
Acho que às vezes a gente não tem muita noção de como a vida é efêmera e de como é imprevisível nosso destino. Eu sou uma daquelas pessoas que passou a vida inteira planejando como seria meu destino: aos 15 seria mais responsável, aos 18 arrumaria o meu primeiro emprego, aos 25 me casaria com a pessoa que eu amo (????), aos 28 teria o meu primeiro filho(a). Mas, na verdade, eu fui aprendendo com a vida a não planejá-la, a não esperar mais dela do que ela pode nos oferecer no momento e assim fui aprendendo a ser feliz...
Quando minha vó morreu num acidente de automóvel, do qual eu só escapei por um milagre (????), eu ainda era uma adolescente e tive então que lidar pela primeira vez com essa coisa da morte. Pude então perceber então que a vida segue, mesmo depois da gente perder quem a gente ama e que com o tempo nós nos acostumamos com a ausência... Pude também ver que eu não era dona do meu futuro.
Mas, apesar de todos os nossos sofrimentos, é isso que é o legal da vida, não é? O inesperado excita, envolve. O bom de viver é saber que coisas maravilhosas podem acontecer a qualquer momento (coisas ruins também, mas quem pensa nelas?). Bom, acho que esse post está ficando com cara de livro de ?auto-ajuda?, por isso é melhor parar por aqui.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

Uma amiga minha diz que só gosto de música-velharia:

- Natália você não consegue cantar uma música que não tenha mais de dez anos?

Acho que ela tem razão. São poucas as bandas atuais que eu curto. Prefiro mesmo o som psicodélico dos anos 70 (The Doors) ou as batidas não-tão-eletrônicas do The Clash. Devo ou não devo falar dos Beatles? E o que dizer dos meus heróis nacionais? Cartola, Elis Regina, Chico Buarque (não, este ainda não morreu)... para citar apenas os maiores. Por falar em Cartola, poxa como é difícil conseguir comprar um CDzinho desse homem... Eu penei para repor meu estoque, já que meus dois cds dele sumiram das minhas coisas (já disse o quanto é bom ter um irmão?). Mas, pelo menos já posso escutar Alvorada novamente no meu quarto.