segunda-feira, março 31, 2003

Jornalista americano é demitido por falar a emissora iraquiana

O jornalista americano Peter Arnett, 68 anos, famoso por sua cobertura da primeira Guerra do Golfo em 1991 para a rede de tevê CNN, foi afastado da NBC por ter dito em entrevista à televisão iraquiana que os planos de guerra dos Estados Unidos estavam fracassando.
"Arnett cometeu um erro ao conceder entrevista à rede de televisão estatal iraquiana, especialmente em tempos de guerra. Não foi correto expressar suas opiniões nessa entrevista", declarou a NBC em um comunicado divulgado nesta segunda-feira. "Conseqüentemente, Peter Arnett não vai mais trabalhar para a NBC News e a MSNBC".
Nesta entrevista transmitida no domingo, o jornalista, neozelandês naturalizado americano, declarou que o primeiro plano de guerra fracassou devido à resistência iraquiana e que os estrategistas americanos subestimaram as forças iraquianas.
Arnett pediu desculpas hoje à NBC e ao público americano, dizendo-se "constrangido" com a controvérsia deflagrada por sua entrevista. "Eu não sou contra a guerra, eu não sou antimilitar", justificou-se, acrescentando que foi uma "entrevista improvisada".
"Fiz algumas observações pessoais - algumas observações analíticas - que acredito que não contradizem o que os especialistas pensam", afirmou. "Mas claramente subestimei a polêmica".
Arnett estava em Bagdá como correspondente do programa "National Geographic Explorer" da NBC e da MSNBC e é um dos poucos jornalistas ocidentais que permanecem na capital iraquiana.
Depois da entrevista de Arnett à TV estatal iraquiana, o ex-Senador por Nova York Alfonse D'Amato, entrevistado pelo programa Fox News Sunday, disse que os comentários de Arnett "ajudam e confortam o inimigo".
Quando começou a polêmica, a NBC apoiou Arnett, dizendo que "seus comentários eram de natureza analítica e não tinham outro objetivo".
Arnett disse na segunda-feira não ter planos imediatos. "Há uma pequena ilha no sul do Pacífico, desabitada, até a qual tentarei nadar", disse.

Fonte: JC Online

terça-feira, março 25, 2003

A guerra pela imprensa brasileira

Apesar de os pedidos para a imprensa deixar o Iraque, 600 jornalistas, segundo a edição desta terça (18/03) do Estadão, que estão em Amã, na Jordânia, tentam entrar naquele país a fim de fazer a cobertura da iminente guerra contra os Estados Unidos. Lourival Sant’Anna, de O Estado de S. Paulo, Sérgio D’Ávila, da Folha, José Meirelles Passos, de O Globo, e Oziris Marins, da RBS, são alguns desses profissionais. Poucos foram os veículos brasileiros que puderam enviar correspondentes para o palco do conflito. O motivo é sempre o mesmo: a despesa. O problema é: como fazer uma boa cobertura sem correspondentes próximos à área de guerra e depender de agências de notícias, quando muitas informações que chegam às redações são manipuladas pelos governos envolvidos?
“Essa é uma limitação inevitável. O Brasil não tem recursos para bancar muitos correspondentes lá fora”, disse Paulo Nogueira, editor de Internacional do Estadão. Sant’Anna, como o colega Sérgio D’Ávila, está em Amã. Os dois conseguiram o visto para entrar no Iraque, mas foram barrados na fronteira. “O Lourival terá amanhã (20/03) um encontro com o cônsul do Iraque na Jordânia. Pode ser que ele entre amanhã mesmo”, disse Nogueira.
Na opinião do editor do Estadão, para trabalhar com agências de notícias é importante fazer um confronto de informações. O mesmo acha Sérgio Malbergier, editor do caderno Mundo, da Folha. “Deve-se ter espírito crítico com essas informações”, alertou.
Meirelles Passos é outro que espera autorização do Iraque para poder entrar no país. Ele também está na Jordânia, de onde vem enviando matérias para O Globo diariamente. "De lá (Jordânia) nosso enviado especial não fica tanto a mercê das informações do comando americano, como acontece no Kuwait e no Qatar. Achamos que um enviado, apesar dos altos custos de uma cobertura assim, seria essencial num momento com este", disse Cláudia Sarmento, editoria de Internacional do jornal.
Para a jornalista, embora haja um correspondente no Oriente Médio, as agências de notícias são indispensáveis. “É impossível fazer uma cobertura assim sem elas, o que não significa que nos limitamos a elas. Redatores aqui trabalham como repórteres, ouvem analistas em vários pontos do mundo, montam matérias de análises, conseguem entrevistas. O mesmo é feito pelos correspondentes e colaboradores em Londres, Paris, Nova York, Buenos Aires, Madri, Berlim e Roma”, completou.
O Zero Hora, do Rio Grande do Sul, conta com Oziris Marins. Mais um jornalista na Jordânia tentando entrar em Bagdá, Marins está se dividindo entre RBS TV, Rádio Gaúcha e o diário do grupo. “A idéia é que ele entre no Iraque. Se isso não for possível, ficará na Jordânia, que já é um bom lugar”, comentou Luciano Peres, editor de Mundo. Como os outros veículos, o jornal vai trabalhar também com agências de notícias. “Temos várias agências, o que reduz o risco de passar informações manipuladas”.
O jornal A Tarde fez um remanejamento na redação e também criou uma editoria especial para cobrir a guerra. As agências de notícia e os contratos com El País e The Independent são as fontes das matérias que vêm sendo publicadas no diário. “Também nos posicionamos sobre o assunto. Na primeira página, há uma tarja vermelha dizendo ‘Não à guerra’”, disse Ricardo Noblat, diretor de redação.
Ele reconhece as limitações de se fazer um bom jornalismo sem correspondentes na zona de conflito. “Só se consegue realizar um bom trabalho quando há gente no local. Para contrabalançar, vamos trabalhar com material de análise e de jornais europeus”.
As revistas Época e ISTOÉ também não têm correspondentes. Igor Fuser e Marcelo Cavalares, da publicação da Editora Globo, acompanham a cobertura de toda a imprensa do mundo. “Confiamos no nosso senso crítico, temos que diferenciar jornalismo de propaganda”, disse Fuser.
Na ISTOÉ, foi montada uma força-tarefa para dar conta do recado. Além de publicarem reportagens de Osmar Freitas Junior, correspondente em Nova York, a equipe não tira o olho das notícias que chegam pelas agências. “Acho que agências como Reuters e AP são mais independentes, o que nos ajuda não correr o risco de passar informações manipuladas. Mas, para tentar fugir disso, é preciso trabalhar com fontes. O Osmar, por exemplo, tem fontes no Departamento de Estado e órgãos econômicos dos EUA. Quando as informações chegam aqui, basta confrontá-las e repassá-las”.
Quem conta com uma equipe reforçada é a Band News. O diretor geral da emissora, Humberto Candil, destacou que, além de ter uma fonte na Embaixada do Brasil em Bagdá, conta com Mário Sérgio Conti em Paris, Regina Beltrão em Washington e Fabrício Leonardi em Londres. “Usaremos as imagens das agências internacionais de notícias como a CNN News Source e a Reuters. Com relação às informações manipuladas, elas são fruto de informação e contra-informação, estratégia de guerra de ambos os lados. Daremos todas as posições, pois teremos escuta o tempo todo da TV do Iraque e também da Al-Jazeera”, explicou Candil.
A TV Globo prevê a utilização de até quatro equipes no cenário da guerra. Cinegrafistas, repórteres e produtores estão sendo deslocados dos escritórios de Londres e Nova York. O repórter Marcos Uchôa está no Kuwait produzindo reportagens para os telejornais. A emissora está investindo no “kit correspondente”, que, segundo a assessoria, permite mandar imagens pela Internet, em tempo real, sem a necessidade de usar satélites. A tecnologia aumenta a agilidade do trabalho, reduzindo os custos. A Globo News trabalhará em conjunto com a Globo.
A TV Record mantém uma equipe com 30 profissionais do Jornal da Record. “Trabalharemos com noticiário e imagens das agências internacionais que nos servem, com destaque para Reuters e CNN”, disse Dácio Nitrini, diretor do Jornal da Record. A emissora também já convidou especialistas para opinar, analisar e dissecar os vários aspectos que envolvem a guerra. “Tentaremos manter diálogo com jornalistas free-lancers e outras pessoas que estão ou vivem no Iraque, utilizando webcam”. Dácio conta que a relação custo-benefício do investimento de enviar um correspondente de guerra seria negativa para o telespectador. “Um correspondente não tem autonomia que lhe permita independência. E não há garantias de que conseguiria gerar via satélite suas reportagens após o início do ataque”.

segunda-feira, março 24, 2003

Quem estiver lendo o meu blog estes dias (se é que alguém lê este blog) deve estar no mínimo estranhando tantas notícias sobre a guerra (não chega a ser uma corbetura sobre este fato lastimável, mas pretendo postar por aqui algumas informações interessantes sobre o conflito). Eu acredito que este "ataque do império" terá repercussões inacreditáveis e poderá até desenhar uma nova ordem global. Bom, mas vou deixar as minhas avaliações para depois. Vamos as notícias...

Campanha antiguerra de boicote à Coca-Cola chega ao Brasil

da Folha Online

A campanha internacional pelo boicote a produtos norte-americanos como forma de protesto contra a guerra ao Iraque chegou ao
Brasil.No país, a campanha é liderada pelo deputado federal Chico Alencar (PT-RJ), mas conta também com outros parlamentares do partido, como a senadora Heloísa Helena (AL).
Em entrevista à Folha Online, Alencar disse que a ação não tem a pretensão de "abalar impérios" como a Coca-Cola e o McDonald's.
Segundo ele, trata-se de uma atitude mais parecida com a de Gandhi, que pregava a desobediência civil contra o Reino Unido para chegar à independência pacífica da Índia.
Alencar defende que a idéia é pedir que as pessoas deixem de consumir os produtos das multinacionais dos Estados Unidos para despertar a consciência das pessoas.
No último sábado, um grupo de manifestantes jogou Coca-Cola no gramado do Congresso Nacional, em Brasília, em protesto contra a guerra entre Estados Unidos e Iraque. Várias organizações não-governamentais estavam presentes.
Na internet também é possível encontrar manifestações pró-boicote. Em sites de busca, podem ser achadas diversas páginas em defesa do boicote de produtos dos EUA que estão no ar já há vários meses, quando a guerra ainda era incerta.
O site www.boycottwar.net, do IDEA (Grupo Internacional por Ações Econômicas Diretas contra a Guerra), por exemplo, convoca os internautas a aderir ao movimento e enumera as 20 empresas cujos produtos os consumidores devem ser mais boicotados. Além da fábrica de refrigerantes e da rede de fast food, também estão na lista negra a fabricante de computadores Dell, os postos de combustíveis das petrolíferas Chevron-Texaco e Exxon-Mobil (Esso), a farmacêutica Pfizer e a General Motors, entre outros.
A onda de protestos também ganhou a mídia impressa neste fim de semana. No último domingo, a colunista Danuza Leão, da Folha de S.Paulo, escreveu artigo favorável ao boicote. Em chamada de primeira página, Danuza afirmava: "Pode parecer infantil, mas Coca-Cola nunca mais".

''Boicote ao Brasil''

A Coca-Cola no Brasil diz que não tem nada a declarar sobre a campanha. A principal concorrente da Coca-Cola no Brasil, a AmBev, afirmou que também não se pronuncia sobre um possível crescimento nas vendas com o boicote ao rival.
Já o McDonald's afirma que ''boicotar o McDonald's é boicotar o Brasil'', porque a empresa é a ''quarta maior empregadora do país, com 36 mil funcionários'' e ''recolhe anualmente cerca de R$ 150 milhões em impostos''.

Alternativas nacionais

Chico Alencar comenta que a resistência à campanha contra os produtos norte-americanos começa dentro de sua própria casa: suas filhas são fãs de Coca-Cola e dos sanduíches do McDonald's. ''Mas consegui convencê-las a escolher entre as alternativas nacionais, como o bauru, o pão de queijo, o chá mate, a água de coco ou até mesmo o guaraná Antarctica'', afirma.


Tropas turcas invadiram o Iraque há dois dias, diz ministro russo

da France Presse

Tropas turcas invadiram o Iraque há dois dias, declarou hoje o ministro russo da Defesa, Serguei Ivanov, que disse possuir informações a respeito do assunto, segundo a agência de notícias Interfax.
"Segundo minhas informações, as forças turcas entraram no Iraque há dois dias", declarou Ivanov, acrescentando que isso poderá levar a "uma reação em cadeia incontrolável", de acordo com a Interfax.
"O conflito no Iraque pode sair do âmbito regional", declarou.
A Turquia tentou hoje tranquilizar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) sobre suas intenções no Iraque, depois que a Alemanha e a Bélgica a ameaçaram durante o fim de semana com a retirada de seu apoio se a Turquia entrar no norte do Iraque, afirmou uma autoridade da Otan.
Durante reunião do conselho da Otan hoje, o embaixador turco na Otan afirmou que seu país não tem a intenção de se unir à operação anglo-americana no Iraque, disse a autoridade, apesar das declarações de Ancara de que a Turquia deslocaria tropas no norte do Iraque para garantir sua segurança.
O secretário-geral da Otan, George Robertson, declarou no fim de semana que o chanceler turco, Abdulah Gul, lhe garantiu que nenhum militar turco entrou no território iraquiano.
Por sua vez, a Comissão Européia declarou hoje que uma intervenção da Turquia no norte do Iraque complicaria seu processo de adesão à União Européia (UE).
Um porta-voz do Executivo europeu recordou que os chefes de Estado e de governo da UE, em sua declaração na cúpula de Bruxelas de quinta-feira (20), defenderam a integridade territorial do Iraque e aconselharam os países vizinhos a não tomarem ações que possam agravar o conflito. A mensagem "foi entendida por todos os interessados", segundo a fonte.


sexta-feira, março 21, 2003

Blog também é informação!!!

Internautas usam "blogs" para relatar guerra direto do Iraque

"A noite passada foi bem tranquila em Bagdá". Por mais absurdo que isso possa parecer, é o que diz Salma Pax, um garoto que vive na capital iraquiana e mantém desde setembro de 2002 um curioso diário na internet escrito em inglês.
Como ele, inúmeros internautas pelo mundo têm inundado a rede com informações e opiniões pessoais sobre a guerra deflagrada pelos Estados Unidos no Iraque. Poucos, no entanto, falam de tão perto do perigo.
"Quando as sirenes começaram a tocar, pensamos que iríamos levar toneladas de bombas na cabeça, mas nada aconteceu, pelo menos não na parte da cidade onde vivo", escreveu Pax ontem pela manhã, o "day after" do primeiro bombardeio dos Estados Unidos contra Bagdá.
"A noite passada (ontem) foi calma por aqui. Hoje de manhã fui à padaria comprar alguns mantimentos. As ruas estão vazias e os preços quatro vezes mais caros", contou ele em seu "blog" --nome dado aos populares diários na web. Pax escreve no "Where is Raed?", no endereço http://dear_raed.blogspot.com.
Não há no site muitas informações sobre o garoto. Sabe-se que ele mora com o pai e o irmão e que tem um amigo chamado Raed, que aparece por Bagdá de vez em quando.
Pela internet, Salma Pax já foi citado em diversos outros "blogs" e sites especializados, chegando a ser entrevistado pela revista norte-americana de tecnologia Wired, sobre panfletos que o povo iraquiano estaria recebendo do governo dos Estados Unidos pela internet.
Toda essa fama fez com quem alguns "blogueiros" duvidassem de que Salma fosse uma pessoa real ou que estivesse de fato em Bagdá. Paul Bottin, jornalista norte-americano de tecnologia, foi um dos primeiros céticos e decidiu ir a fundo na busca investigativa.
"No final, isto é uma questão de fé. Sim, eu acredito que ele realmente esteja em Bagdá. E, até agora, está vivo e bem", escreveu Bottin em seu site, o http://paulboutin.weblogger.com.

CNN blogging?

Enquanto isso, Kevin Sites, um correspondente da CNN que agora está no norte do Iraque, também mantém um "blog", totalmente desvinculado da emissora.
Diferentemente de "Where is Raed?", o endereço http://www.kevinsites.net está desatualizado desde 18 de março. Mesmo assim, o site contém fotos interessantes da população local e arquivos em áudio com a voz do correspondente.
No mesmo "blog" é possível ver também as coberturas de Kevin Sites nas guerras em Kosovo, Chiapas e Afeganistão, além de seu currículo e sua foto.
Outro jornalista, Christopher Allbritton, ex-Associated Press e atual repórter do jornal New York Daily News, narra praticamente em tempo real a cobertura da guerra no "Back to Iraq 2.0", no endereço http://back-to-iraq.com.
Na verdade, segundo explica no "blog", ele está tentando levantar fundos para voltar ao Iraque e ajudar o "jornalismo independente do mundo". No total, o site anuncia que já foram arrecadados US$ 6.000.
Allbritton acompanha em tempo real todas as agências de notícias internacionais, assim como os canais de televisão, e recebe por e-mail contribuições de colegas espalhados pelo mundo.
Seus trabalhos anteriores, currículo e fotos de quando ele esteve no norte do Iraque também estão disponíveis on-line. Ele é um dos criadores do portal de notícias "Warblogs:cc", em http://www.warblogs.cc, por onde circulam links de notícias de agências e de televisões do mundo todo, além de outros cinco "blogs".

Fonte:www.folhaonline.com.br

quinta-feira, março 20, 2003

Protestos contra guerra no Iraque se espalham pelo mundo

Uma onda de protestos pacifistas começou a se espalhar hoje pela Europa e pelo Oriente Médio depois do ataque dos Estados Unidos ao Iraque terem provocado manifestações na Ásia e na Austrália.
Cerca de três horas depois de o primeiro míssil dos EUA ter atingido Bagdá, cerca de 40 mil pessoas paralisaram Melbourne, a segunda maior cidade da Austrália.
Na Alemanha, 50 mil estudantes realizaram uma passeata ao lado da embaixada norte-americana em Berlim. O grupo apitava e carregava com mensagens como "Detenham as armas de Bush", "George W. Hitler" e "Nada de petróleo por sangue".
Na França, diversas organizações pretendiam realizar hoje um protesto do lado de fora da embaixada dos EUA em Paris. O local foi isolado pela polícia.
Na Itália, pacifistas e sindicatos se mobilizaram. Em Milão, um grupo fez vigília do lado de fora da maior catedral da cidade. Em Roma e em Veneza, grupos de centenas de pessoas reuniram-se para protestar contra a guerra.
O sindicato dos funcionários públicos da Itália convocou uma greve de um dia. Os três maiores sindicatos de trabalhadores, que reúnem 11 milhões de integrantes, prometeram realizar uma paralisação de duas horas.
Em Atenas, na Grécia, cerca de 10 mil pessoas também se reuniram para realizar uma passeata até a embaixada norte-americana.
Ativistas britânicos bloquearam ruas e convocaram as pessoas a faltarem à aula e ao trabalho. Na Espanha, centenas de manifestantes juntaram-se do lado de fora da embaixada dos EUA em Madri. Em Viena, na Áustria, também houve uma manifestação realizada por milhares de estudantes. Cerca de 20 cidades da Suíça preparam protestos.
Na faixa de Gaza, crianças palestinas andaram pelas ruas do campo de refugiados de Rafah, colocando fogo em bandeiras israelenses e norte-americanas.
No Cairo, no Egito, a polícia usou cassetetes para afastar manifestantes que se aproximavam da embaixada norte-americana.
Também houve manifestações na Indonésia, na Malásia e no Paquistão.

Fonte:www.folhaonline.com.br

quarta-feira, março 19, 2003

Mais um caso de intolerância e racismo.

Reino Unido caminha para o xenofobismo?

Rodrigo Zavala

O governo da Inglaterra planeja realizar testes obrigatórios para detectar o vírus da AIDS, hepatite B e tuberculose na população de imigrantes. A explicação para a iniciativa parece simples: como houve um aumento de 26% dos casos no ano passado, em todo o país, nada mais natural que se incentive exames para esse segmento.
Pode ser apenas uma proposta concreta de saúde pública, mas a questão não deveria passar de forma tão leviana, quando são levantadas possíveis consequências. As pessoas que tiverem exames positivos não serão necessariamente barradas na Grã-Bretanha, mas deverá haver em breve a adoção de medidas que restrinjam o acesso desses imigrantes ao Sistema Nacional de Saúde.
Não é de se estranhar que o governo de um país democrático, elite cultural mundial, se desresponsabilize pela saúde de sua população? Na verdade, não! Pela linha lógica dos anúncios pode se chegar à óbvia conclusão de que os imigrantes não são cidadãos ingleses e, por isso, a rede de saúde pode se omitir. Que se virem!
A proposta dos ministérios do Interior e da Saúde está apoiada nas estatísticas oficiais que assinalam um grande crescimento de aidéticos entre os imigrantes, principalmente os de origem africana. O Reino Unido tem 54.193 pessoas soropositivas e essa quantidade tem aumentado desde 1999, num ritmo anual de 10%. No ano passado, a porcentagem disparou.
O tratamento de doenças relacionadas à aids custa a cada ano aos cofres da Grã-Bretanha cerca de 360 milhões. Embora o governo não tenha se pronunciado oficialmente sobre a decisão, um porta-voz do Ministério da Saúde declarou que "chega gente ao Reino Unido com doenças como AIDS, hepatite B e tuberculose e não há dúvida de que é preciso resolver essa questão".
Depois desses anúncios, que não deixam de ser bastante alarmistas, o que fará a população inglesa? Afinal, essas pessoas estão dilapidando os cofres públicos e espalhando um rastro de doenças pela Grã-Bretanha. Que voltem então para seus respectivos países. Sem escalas na França, por favor. Os europeus não querem mais problemas. Mesmo aqueles que os próprios criaram.

fonte:www.folhaonline.com.br

sexta-feira, março 14, 2003

Vale tudo contra esta guerra desumana!!!

Jornalista brasileiro vira escudo humano no Iraque

Cláudio Bulgarelli, ex-editor de Turismo da Gazeta de Alagoas, é um dos pacifistas mundiais que participarão da formação de um escudo humano contra os ataques americanos no Iraque. Atualmente, ele trabalha na SOS Internacional, uma ONG italiana.
Segundo informações enviadas pelo próprio Cláudio, a guerra está cada vez mais próxima. As tropas americanas estão quase prontas para o primeiro ataque. Países europeus como Inglaterra, Itália e Espanha assinaram carta de apoio aos Estados Unidos, dividindo não somente a opinião pública, mas a unidade política da Europa. Do outro lado, estão França, Alemanha e Bélgica, que não apóiam uma ação militar, com o reforço da Rússia, de Putin, e China, que também são contra a guerra.
Grupos de pacifistas do mundo inteiro estão partindo para o Iraque para servir como escudos humanos em pontos estratégicos em caso de guerra por parte dos Estados Unidos e seus aliados. Fazem parte de associações e organizações não-governamentais dos Estados Unidos, Canadá, dos países árabes e da Europa. Associações como People Association e Universal Kinship, da Inglaterra; Voices Wilderness e Iraquepeaceteam, dos Estados Unidos; e SOS International e Fermiano la guerra, da Itália. Elas pretendem levar centenas de pacifistas para o teatro da guerra. Da Inglaterra e da Itália os primeiros grupos já partiram com mais de 300 ocidentais.
O jornalista Cláudio Bulgarelli, atualmente morando em Roma, Itália, está disposto a enfrentar as bombas americanas com a própria vida. “É um ato de denúncia”, disse.

* Fonte: Gazeta do Alagoas - AL

quarta-feira, março 12, 2003

Alguns comentários sobre o texto que eu postei ontem: Não me arrependo de ter votado em Lula, na verdade a única coisa que realmente valida a democracia é a alternância de poderes e o PT na presidênca é (ou pelo menos poderia ser) um grande avanço para o sistema democrático. Mas, não posso deixar de questionar o dicursso duplo que o presidente anda fazendo, a verdade é que ele continua em campanha e o que Brasil continua com os mesmos problemas. Sei que ainda é cedo para avaliar um governo e espero sinceramente que as coisas mudem.

terça-feira, março 11, 2003

Lula, o namoradinho da mídia

Em novembro de 1993, um Lula mais gordo, barbudo e desalinhado que o de hoje encabeçava as sondagens do IBOPE com 30% das intenções de voto para a presidência. Apesar da larga distância que faltava até o dia da eleição, nem a militância petista nem a cúpula do partido duvidava da vitória. Afinal, um ano antes, Fernando Collor fora derrubado do poder, com a ajuda decisiva do próprio PT. Foi com esse forte cheiro de poder impregnado no ar que o candidato petista recebeu o repórter Alex Solnik, de IMPRENSA, para uma entrevista exclusiva na então sede do "governo paralelo", em São Paulo. As duas horas de conversa renderam uma das capas de maior repercussão e venda dos 15 anos da revista. O título, em letras garrafais, dava o tom do que viria pela frente "Os jornais não querem que eu chegue a presidência". Estadão, Folha, JB, Globo, RBS, Chico Anysio, Hebe Camargo, Paulo Francis. Ninguém escapou da metralhadora giratória do candidato. Todos estariam contra ele e a favor da manutenção da ordem imperialista. Como todos sabem, Lula perdeu para Fernando Henrique, que contou, de fato, com o apoio – ou com a indiferença – da mídia.

Seis anos depois, em 1999, um Lula mais grisalho, um pouco mais magro e discretamente mais elegante falava novamente a IMPRENSA. Dessa vez, o cenário e o clima eram outros. Derrotado pela terceira vez, o petista aceitou o convite da revista para ser um dos painelistas no VI Seminário de Telejornalismo. Sentado ao lado do jornalista Boris Casoy, Lula voltou à carga. "Nenhuma televisão, com exceção da Record, cobriu a campanha com isenção, independente dos editoriais e das opiniões que o Boris possa ter". E foi mais longe: "a TV Cultura praticamente não cobriu a campanha; o SBT tirou o telejornalismo de sua programação; a Bandeirantes cobriu, mas prefiro não entrar nas críticas que tenho sobre essa cobertura; e a Rede Globo fingiu que não tinha campanha eleitoral no Brasil".

Esse discurso, carregado de mágoa, rancor e ainda aquecido pelo sentimento da derrota recente, foi seguramente um dos últimos petardos do presidente de honra do PT contra empresas de comunicação e jornalistas. Naquele mesmo ano, passada a ressaca da vitória acachapante de FHC, o Partido dos Trabalhadores escalou seu presidente, José Dirceu, para pavimentar o caminho da quarta, e derradeira, tentativa de levar Lula ao Planalto.

No pacote das mudanças estavam incluídas uma faxina para acabar com a influência das tendências radicais dentro PT, uma reforma completa no discurso e no visual do candidato e, finalmente, parafraseando Ernesto Geisel, a aproximação lenta e gradual, porém segura, com os donos daquilo que se convencionou chamar quarto poder. "Hoje eu faço a autocrítica. Devíamos ter dialogado mais com os empresários da mídia nas outras eleições. Fomos radicais. Em 89 sequer aceitamos sentar para conversar", conta o jornalista número um do staff petista desde 1989, Ricardo Kotscho.

O assessor de imprensa de Lula conta, ainda, que seu trabalho também mudou nesta campanha. “O Lula me disse que nas outras campanhas eu era o assessor da imprensa e que nesta eu seria o assessor do Lula para a imprensa”, lembra-se.

Na lida diária com a imprensa, as emissoras de rádio tiveram um papel fundamental nesta campanha do Lula. Todos os dias, Lula estava no dial. Logo de manhã, entrava em link, ao vivo, nas principais emissoras. “O Lula descobriu o rádio”, conta Kostscho. Os jornais regionais também tiveram, na avaliação de Lula, uma importância crucial para a cobertura que a campanha recebeu neste ano. Para ele, Estadão e Folha de S. Paulo continuam achando que podem fazer e desfazer presidente, mas são jornais como A Tarde, em Salvador, Zero Hora, em Porto Alegre, Correio Braziliense, no DF e o Jornal do Commércio e Diário de Pernambuco, em Recife, assim como O Povo e Diário do Nordeste, em Fortaleza e O Liberal, em Belém que informaram os leitores e formaram os eleitores com o perfil dos votantes em Lula.

Fonte: www.uol.com.br/imprensa/

segunda-feira, março 10, 2003

Quem disse que não existe censura na imprensa?

"Fui demitido a pedido do governador"

Miriam Abreu


"Fui demitido a pedido do governador, Roberto Requião, Benedito Pires (assessor especial do governo) e Airton Pissetti (secretário de estado de comunicação social)", acusou Pedro Ribeiro, colunista que deixou o jornal O Estado do Paraná nesta quinta-feira (06/03). O jornalista diz que a direção do diário vinha recebendo cartas do governo estadual pedindo sua demissão. "Isso é um absurdo. Não sou dono de jornal para demitir profissionais de imprensa", rebateu Pires, também jornalista, braço direito de Requião.

Ribeiro já foi muito criticado por publicar notas provocativas ao atual governo. Muitos o acusam de dedicar maior espaço em sua coluna ao prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi. "Pimentel veio conversar comigo várias vezes para dizer que Requião não gostava do que eu escrevia. Apesar de tudo, sempre mantive postura independente", diz.

Segundo Ribeiro, a demissão foi comunicada por Mussa José Assis, diretor de redação do Estado do Paraná, que teria dito: "Houve um curto circuito com o Palácio Iguaçu". "Foi uma medida truculenta. Requião, que é jornalista, tinha que ser ético. Mas vamos tocar o barco para a frente", comenta Ribeiro.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná ainda não se pronunciou oficialmente em nota, como as entidades sempre fazem. O diretor-executivo do sindicato, Sílvio Rauth, disse que, se o que Ribeiro contou se confirmar, a demissão foi um cerceamento à liberdade de imprensa. "Teremos uma posição definida na próxima segunda-feira, quando colocarmos o assunto em pauta durante a reunião da diretoria", contou.

Benedito Pires disse que soube da demissão através da redação de Comunique-se. "Nós fomos da oposição durante anos. Não é nossa prática perseguir ou pedir a demissão de jornalistas", rebateu.

Ribeiro tem 27 anos de jornalismo. Vinte e três deles foram dedicados à Gazeta do Povo, que deixou para trabalhar na Folha do Paraná. Tempos depois estava no Estado do Paraná, onde escrevia uma coluna para editoria Geral.

Por enquanto, ele vai se dedicar a um projeto para um grupo de empresários, que lhe deram três meses para desenvolver um novo jornal para Curitiba. O diário deverá ter formato tablóide e, segundo Ribeiro, não vai depender das verbas do governo estadual. "Ele vai depender de assinaturas e faremos um convênio com universidades. Se for aprovado, o jornal será de opinião".

O diretor de redação do Estado do Paraná foi procurado por Comunique-se e não respondeu às nossas ligações.

Fonte:www.comuniqe-se.com

quarta-feira, março 05, 2003

Esta semana ando meio insegura... tô me achando a pessoa pior do mundo. Não sei nem porque eu tô falando isso aqui. Acho que é a vontade de desabafar... Que mico!!!